Saúde intestinal

Preta Gil era jovem, rica e estava tratando nos Estados Unidos, mas o câncer começa com hábitos inadequados. Vamos entender um pouco mais sobre isso.

Já ouvi muitas mulheres relatarem que seu hábito intestinal ‘normal’ é a cada dois dias, às vezes uma vez por semana. Hoje em dia essa informação me preocupa muito e me faz lembrar que, na adolescência, esse também era o meu hábito, relacionado a muita dor, desconforto e distensão abdominal. Quando aprendi que o funcionamento normal deve ser diário e quais mecanismos alimentares para promover isso, minha qualidade de vida melhorou muito.

Você já deve ter observado que quando o intestino está preso, ficamos mais irritados, com dores, gases e sem apetite. Esses efeitos são decorrentes da prisão de ventre, ou seja, aquilo que não aproveitamos, deveria sair do nosso corpo para que novos alimentos cheguem. Quando isso não acontece, nosso organismo recebe a informação de que “não cabe mais nada”, afinal, o trato digestório é uma espécie de tubo, que começa na boca e termina no ânus.

Se o trânsito intestinal está regularizado, ficamos livres daquilo que não precisamos e próprio fato de não eliminarmos as fezes pode predispor a alterações celulares na parede intestinal e causar câncer de intestino. Lembre-se que no intestino temos uma camada de células que devem se renovar diariamente e que temos milhões de microorganismos (bons e ruins) que devem estar em equilíbrio. Uma vez desequilibrado o sistema que mantém mais bactérias boas do que ruins, as células intestinais também sofrem os danos causados pelas bactérias ruins, tornando nossa camada protetora intestinal mais frágil e permeável ao que é indesejado. Além disso, o atrito das fezes ressecadas também altera as células intestinais e pode causar sangramentos. 

Agora imagine todos os resíduos indesejados dentro de você, cheios de corantes, conservantes e produtos químicos utilizados pela indústria nos ultraprocessados? Assustador, não é? Por isso, uma alimentação equilibrada não é só baseada em frutas, verduras, legumes e alimentos pouco processados. Uma alimentação saudável deve ser equilibrada, com poucos aditivos químicos e que promova bem estar geral, não só sensação de prazer imediato, que é o que sentimos quando consumimos fast food, por exemplo.

Também já ouvi pessoas que comem basicamente arroz, feijão e carne dizerem que o intestino funciona bem, só porque evacuam todos os dias. Aí, analisando o preparo das refeições, descobre-se que utilizam gordura em excesso. A gordura auxilia sim o funcionamento intestinal, mas não é potente para manter as células saudáveis e as bactérias boas em quantidade adequada. Para manter o equilíbrio da microbiota intestinal (ou flora intestinal) é necessário dar o alimento que a bactéria boa necessita, ou seja, os prebióticos, encontrados nas fibras alimentares (das verduras e aveia, por exemplo). Assim, com uma alimentação rica em fibras, auxiliamos o funcionamento intestinal, o equilíbrio da microbiota e ainda reduzimos o peso (pelo efeito da saciedade que as fibras causam).

Por isso, lembre-se de reduzir o “dia do lixo” para uma refeição “lixo” por semana e aumente o consumo de verduras, frutas e legumes para três porções por dia. Tenho certeza que você se sentirá melhor, verá sua pele mais bonita, reduzirá o estresse e o risco para câncer, não só de intestino.