Seja bem-vindo
Sumaré,01/07/2025

  • A +
  • A -
Publicidade

Gisele Fortes: A Autora que Aborda Temas Sensíveis com Sensibilidade

Conheça a história por trás do livro "O Filho que Eu Quero Ter" e a trajetória literária de Gisele Fortes

Evelyn Ruani
Gisele Fortes: A Autora que Aborda Temas Sensíveis com Sensibilidade

O FILHO QUE EU QUERO TER

Entrevista com a autora Gisele Fortes.

@giselefortesreal

Por EVELYN RUANI


Coordenadora Técnica Educacional das Bibliotecas Escolares do SESI-SP, criadora de conteúdos literários e leitora compulsiva! Apaixonada por livros e palavras.

SERVIÇO

Blog: http://blogentreaspas.com

Instagram: @blog_entreaspas

Email: entreaspasb@gmail.com


Gisele Fortes, formada em Produção Editorial pela ECO/UFRJ, iniciou sua carreira literária em 2021 e já soma sete livros publicados, com dois deles sendo best-sellers da Amazon: "Da Fossa à Bossa" (2022) e "Não Deu Match" (2023). Com mais de 16 mil e-books baixados e 250 mil páginas lidas, Gisele se destaca por suas narrativas que abordam temas complexos de forma acessível. Mãe de gêmeas univitelinas, a escritora enfrentou a infertilidade na vida real, passando por quatro ciclos de tratamento assistido (Fertilização in Vitro – FIV).


Vem comigo conhecer um pouco mais sobre essa autora e sua obra:

O filho que eu quero ter aborda temas sensíveis como infertilidade, adoção e preconceito. O que te motivou a escrever essa história?

Eu vivi a infertilidade. Quando decidi ser mãe, aos 35 anos, fui diagnosticada com uma dupla obstrução nas trompas e uma baixa reserva ovariana, o que me deixou uma única opção para realizar meu sonho: a Fertilização in Vitro (FIV). Fiz três tentativas malsucedidas e passei por duas pequenas cirurgias no endométrio, sofrendo física e psicologicamente com o efeito dos hormônios e, principalmente, do fracasso.Queria usar essa minha experiência em um livro, colocando uma personagem que vivenciasse essa luta para engravidar. Só que escolhi contar a história de uma mulher que, diferentemente de mim, quis ser mãe pela via da adoção. Eu também senti uma vontade enorme de falar sobre o preconceito atrelado à adoção inter-racial, baseada na experiência de amigos e conhecidos.


A protagonista Luiza passa por uma jornada de autodescoberta e resistência. Como foi o processo de construção dessa personagem e dos desafios que ela enfrenta?

Foi bem desafiador. Eu estudei muito antes de escrever essa personagem. Queria mostrar uma mulher que vive uma espécie de alienação e, por causa do amor maternal, resolve acordar para a vida. Ela precisa aprender a sobreviver por conta própria, renunciando à realidade de dondoca e descobrindo que o mundo é muito diferente do que ela via na janela do seu apartamento chique. O meu intuito foi construir uma pessoa boa, mas passiva; uma mulher que tem força, mas ainda não sabe disso. O arco da Luiza mostra ela virando uma leoa por causa do filho: o filho que ela quer tanto ter.  

Seu livro trata da adoção inter-racial e do preconceito racial velado. Como você acredita que a literatura pode ajudar a ampliar esse debate na sociedade?

A literatura tem um papel fundamental nesse debate, ampliando a reflexão das pessoas e disseminando conhecimentos que, de outro modo, não chegariam até elas. Quis trazer a perspectiva de uma mulher branca, sem letramento racial algum, tendo que se virar para ser a referência de que o filho precisa. É muito interessante a maneira como ela começa a entender o preconceito, sobretudo quando se dá conta que foi conivente com ele durante toda a vida. Recebi muitos feedbacks emocionantes de leitoras que se encontraram nesse lugar da Luiza. E isso, na minha opinião, é a melhor coisa que pode acontecer com o meu livro.

Além do aspecto emocional, a trama também envolve conflitos familiares e um ex-marido manipulador. Como foi trabalhar essas camadas na narrativa?

Foi difícil escrever personagens racistas e misóginos como os pais e o marido de Luiza. Eles dizem coisas indecorosas e têm pensamentos detestáveis, reproduzindo falas que a gente escuta todos os dias na sociedade. Às vezes, eu parava de escrever com raiva daquelas pessoas que eu mesma inventei. No entanto, elas eram essenciais para causar tensão, impulsionando o amadurecimento da protagonista e trazendo emoção à narrativa. O Alberto vai assumindo um papel de vilão e acaba sendo responsável por momentos eletrizantes da trama, que prendem o leitor e criam ainda mais conexão com a história.

O filho que eu quero ter tem alguma inspiração em sua própria experiência pessoal? Como essa vivência influenciou a construção da narrativa e das emoções presentes na história?

Como falei na primeira resposta, o livro conta com a minha experiência da infertilidade, o que tornou a escrita muito mais visceral. Eu também usei a vivência que tenho como mãe, usando a minha relação com as minhas filhas gêmeas para criar o vínculo entre a Luiza e o Dudu.

Este é o seu oitavo livro publicado. Como essa trajetória literária tem moldado seu estilo de escrita e os temas que você escolhe explorar?

Eu sempre brinco que um livro puxa o outro. Quanto mais escrevo, mais vontade tenho de escrever e mais histórias surgem na minha cabeça. Embora tenha livros mais cômicos e outros com temáticas bem sérias, sempre falo sobre aquilo que me comove de alguma maneira. O principal, para mim, é gerar entretenimento e, ao mesmo tempo, deixar uma mensagem importante para o leitor. Seja por meio de risos ou de lágrimas, meu objetivo é fazer pensar sobre as relações humanas.

Da Fossa à Bossa e Não Deu Match foram grandes sucessos na Amazon. Como foi a transição desses livros para um romance com uma carga emocional mais densa?

Não foi fácil. Saí totalmente da minha zona de conforto. Escrevi uma história mais densa e voltada para um público mais maduro. E isso me fez ver que, apesar de eu ter força com os públicos Young Adult e New Adult, não preciso me limitar a eles. Quero escrever sobre tudo e para todos, dependendo da inspiração que eu tenha no momento.

Eu consigo, por exemplo, me ver escrevendo um thriller ou uma distopia. Por que não? Estou aberta a explorar todas as possibilidades e acho que isso só tem a agregar ao meu processo de escrita, aumentando a minha versatilidade.

O filho que eu quero ter foi lançado na FLIP 2024. Como foi essa experiência para você e qual foi o impacto do evento na recepção do livro pelo público?  

Fazer o lançamento na FLIP foi uma experiência enriquecedora. Estava em um lugar que respira literatura, rodeada por talentos nacionais e internacionais de todos os gêneros. Pude trocar figurinhas com colegas, participar de mesas incríveis e integrar debates importantes, o que trouxe ainda mais visibilidade para “O filho que eu quero ter”, ajudando na conquista do público.

Como foi trabalhar em parceria com a Caravana Editorial para o lançamento de O filho que eu quero ter? O que essa colaboração trouxe de especial para a publicação e para a experiência do leitor?  

Essa foi a primeira vez que publiquei por uma editora e posso dizer que foi ótimo. Eles viabilizaram o meu lançamento na FLIP 2024 e me deram a chance de participar da programação da Casa Caravana, que reuniu feras do mercado editorial em bate-papos muito ricos.

O leitor ganhou a chance de comprar o livro físico, a qualquer tempo, no site da editora, o que facilita bastante o acesso à obra.

Você já tem planos para próximos projetos literários? Pode compartilhar um pouco sobre o que vem por aí?

Tenho sim. Estou com um original pronto, que tem o título provisório de “Meninas céticas compartilham guarda-chuvas”. No momento, estou em processo de negociação com editoras tradicionais. O livro é uma comédia romântica que fala sobre o universo dos k-dramas, trazendo todo o fascínio do povo brasileiro pela cultura sul-coreana. Vai agradar muito as milhões de dorameiras (como eu) espalhadas pelo nosso país. Além disso, estou escrevendo outros dois livros para o público jovem, que serão finalizados ainda este ano.


O livro digital pode ser adquirido na Amazon e está disponível no Kindle Unlimited.


 


 







COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.